quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Folha de Pagamento merece destaque com o eSocial

Empresas terão que enviar arquivos digitalmente para o governo. Cuidado no preenchimento das informações deve ser rigoroso.


As obrigações do eSocial envolvem essencialmente as relações trabalhistas entre empresas e funcionários, mas, principalmente, em como os empregadores irão transmitir essas informações aos órgãos competentes. Esse sistema irá exigir o envio de arquivos diários e arquivos mensais. “Arquivos diários são aqueles que são eventuais, como os dados para a contratação de um empregado, onde é necessário primeiro comunicar o governo e, depois, admitir o empregado. Já os arquivos mensais compreendem as informações do fechamento da folha de pagamento do mês de competência. E, todas essas informações devem ser enviadas através de arquivo XML, pela internet”, explica Marcos Abreu, presidente da Employer, empresa reconhecida por sua excelência na cessão de mão de obra, temporária e serviços de Recursos Humanos.
A intenção do governo é de que quando o cadastro do empregado estiver todo organizado, os dados dos trabalhadores possam ser arquivados em um único número. Isto significa que, depois que todas as informações forem incorporadas, a Caixa Econômica Federal, que utiliza o número do PIS (Programa de Integração Social), e a Receita Federal, que usa o CPF (Cadastro de Pessoa Física), deverão valer-se de um único cadastro para identificar o cidadão.
Mas, para que tal objetivo seja atingido, Abreu observa que muito caminho ainda terá de ser percorrido. “As empresas terão de se organizar para transmitir essas informações de forma online para o governo e, mas, para que as informações possam ser compiladas de maneira correta, muitas empresas terão de capacitar o seu departamento de Recursos Humanos (RH), porque, as informações não chegarem redonda, será a própria empresa quem poderá ser prejudicada lá na frente”, recomenda. “A empresa poderá ser autuada, porque ela é responsável pelas informações que presta e a forma como ela presta essas informações pode expô-las a práticas ilegais. Ilegais não no sentido de que ela está fazendo algo errado de propósito, mas de que a empresa está fazendo algo errado por um equívoco no cadastro que ela enviou. Assim, se as empresas não se adequarem, elas serão punidas por ilegalidade, mas, de novo, não é porque ela está agindo de propósito para ser ilegal, é porque o arquivo dela a deixou exposta a um erro”, complementa o presidente.
Tentar minimizar esses erros no envio de arquivos faz parte da filosofia da Employer há algum tempo. Há cinco anos, mesmo antes das exigências impostas pelo eSocial, o grupo organizou, para uso próprio, o programa denominado Webfopag, como uma forma de organizar as informações dos funcionários das 56 filiais do grupo, além das informações dos contratos realizados para clientes. “Esse é um sistema de folha de pagamento nas nuvens, assim não é necessário utilizar servidor e todas as informações podem ser acessadas pelo site. Para operar, basta que o usuário digite sua senha e começa a operar”, explica Abreu. “Para conquistar este mecanismo, fizemos um investimento de aproximadamente R$ 50 milhões para que todo o nosso sistema ficasse locado nas nuvens. Isso significa que ele pode ser amparado por qualquer parte, a qualquer momento. E, essas informações podem ser compartilhadas, ou seja, o que um faz o outro não precisa fazer”, conta. No projeto desenvolvido pela empresa, trabalhadores e departamento de RH podem fazer a atualização dos dados de maneira compartilhada.
De acordo com Abreu, este modelo de folha de pagamento foi concebido pensando na colaboração do próprio trabalhador com relação a sua folha de pagamento. “Isto porque a folha de pagamento é para o trabalhador e não para o governo. Hoje, a concepção que se faz é de folha de pagamento para o governo, e o eSocial foi criado nesta linha. A nossa Webfopag pensa primeiro no trabalhador, afinal, é ele quem tem que levantar cedo, pegar o vale-transporte, usar o seu uniforme, ter que trazer a sua alimentação e o seu horário de trabalho. Por isso, nada mais justo de que o próprio funcionário possa conferir as informações incluídas na sua folha de pagamento, e, principalmente, interagir com ela”, analisa. Porém, o presidente da Employer explica que, o fato de interagir com a folha não significa que o trabalhador tenha plenos poderes. “Ele pode interagir, mas a homologação das informações é feita pelo departamento de RH”, complementa.
Tal metodologia representa mais transparência na relação empregado x empregador, além de facilitar o trabalho do departamento de RH das empresas, segundo Abreu. “Neste sentido, o eSocial  contribui com a transparência das informações. E, não adianta as empresas quererem fugir disso, porque, se não houver transparência com o trabalhador irá ter que haver com o governo. E, o governo  vai devolver essa informação para o trabalhador, então, a transparência será obrigatória”, analisa. “Sem contar que, o fato de o trabalhador colocar os dados de seu endereço, seu número de vale-transporte e conferindo o seu plano de saúde, por exemplo, faz com que diminua o trabalho do RH e também as informações que são processadas”, afirma. Quando o empregado passa a colaborar com o preenchimento das informações, ele também passa a ser corresponsável pelos dados encaminhados ao governo. “Por exemplo, se um trabalhador tem um filho e esquece de comunicar ao departamento de RH, ele passa a ter responsabilidade no fato de que as informações encaminhadas aos órgãos e entidades do governo estejam desatualizadas”, exemplifica.

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